OS ANOS 80 – NUMA VISÃO DE ÉPOCA!!!
Amigos, muito se lê e escreve sobre os 80, no entanto encontrei numa revista Duas Rodas antiga um texto falando sobre o motociclismo brasileiro dos anos 80, um texto escrito por quem tem muito conhecimento e total autoridade quando se fala de motociclismo, Gabriel Marazzi. Foi publicado na revista Duas Rodas, edição 173 do comecinho dos anos 90.
Tomei a liberdade de transcreve-lo, pois é sem duvida uma raridade e que não deve permanecer nas páginas poeirentas de uma revista antiga. É uma visão dos anos 80 sob a ótica de quem acabava de entrar nos 90… Divirtam-se:
Os anos 80
A década de 80 começou apenas com motos de 125cc. Mas logo em 1980 surgia a CB400 e os lançamentos não pararam. Confira aqui a evolução nestes 10 anos.
Faz dez anos apenas. Não parece muito tempo, quando os motociclistas brasileiros não podiam comprar motocicletas como a Honda CBX750F, a Yamaha RD350R, a Honda CBR450SR ou a Yamaha XT600Z TÉNÉRÉ. As importações estavam proibidas há quase quatro anos, tempo suficiente para que qualquer motocicleta estrangeira fosse considerada “de sonho” . Mas as perspectivas eram boas: a Honda CB400 já havia sido apresentada como protótipo e já se falava em uma trail da Yamaha , que seria a DT180.
Realmente as previsões de confirmaram, mesmo que tivessem passado dez anos. A Honda CB400, lançada em 1980, veio “abrir” um mercado novo. Em 1981, foi a vez da Yamaha DT180, a primeira trail “de verdade” e que inaugurou a suspensão traseira monoamortecida do Brasil. No ano seguinte, a Honda XL250R talvez tenha sido o maior sucesso da década. E outras vieram, como as “novas” CB450 em 1983, as Agrale em 1985, e finalmente a Honda CB750F em 1986. Nenhuma outra moto, então, causou tanta ansiedade.
Ainda em 86 surgiu a Yamaha RD350R, em 87 a Honda XLX350R, EM 88 a Yamaha XT600Z Ténéré e as duas Hondas de 150cc, a NX150 e a CBX150 Aero. No ultimo ano da década, a Honda mostrou seu trunfo, a CBR450SR. Com essa moto talvez o mercado motociclistico tenha dado um grande passo para tecnologia a ser mostrada nos anos 90.
1990
Com a indústria motociclistica nacional ainda engatinhando, os poucos modelos disponíveis no mercado até que eram justificados. A primeira fábrica a lançar um modelo, a Yamaha, tinha três motos em produção: a RX180, a RX125 e a TT125. A Honda, sua eterna rival, também tinha três modelos, todos de 125cc: a CG125, a 125ML, e a Turuna. Mas a ânsia dos motociclistas por motos de maior cilindrada, comovas que existiam antes de 1976 (importadas), incentivavam o aparecimento de modelos especiais, para um mercado mais restrito. É o caso da Amazonas 1600, que já utilizava o motor do automóvel Brasília, da volkswagen. Existiam também algumas pequenas fábricas de triciclos que utilizavam esse mesmo motor, mas a falta de praticidade dos triciclos logo os fez desaparecer.
Ainda podia-se comprar os produtos da Brumana Pugliese, como a Lambreta BR e seus derivados: a Xispa, a Cynthia e o triciclo comercial. Esse fabricante tinha também os modelos Pônei de 50cc e Tork, de 125cc, todos não mais em produção. E a motovi, que começou importando os ciclomotores Puch, comercializava também os modelos Harley Davidson, de 125cc e de 1.200cc, este o mais caro do mercado. Na verdade essas motocicletas eram apenas montadas no Brasil, assim como o scooter Vespa, então comercializado pela Piaggio. Mas a Motovi se desinteressou do mercado e vendeu sua fábrica, a Moto Honda da Amazônia.
Um nome que não se pode esquecer é a FBM – Fábrica Brasileira de Motos. Essa fábrica tinha duas versões de uma trail de 125cc, fabricadas aqui com motor importado. Foi essa fábrica que deu origem a MZ250RS, também já fora de produção. E em 1980 haviam ainda as opções de ciclomotores: Alpina, Katia Garelli, mobylette Caloi, monareta Monark, e Maxi Motovi.
Mas mesmo com todos esses modelos disponíveis, todas as atenções eram voltadas às duas grandes fabricantes, a Honda e a Yamaha, pois eram as únicas com condições de lançar motocicletas de maior cilindradas confiáveis. E foi o que fizeram.
Evolução
Em 1980 as motocicletas mais modernas eram as 125cc da honda e da Yamaha. Da Honda era a Turuna que reunia os maiores atrativos: freio a disco de acionamento mecânico na roda dianteira, painel de instrumentos completo e bonito e linhas mais jovens. Já a trail Yamaha TT125 era o modelo mais novo desse fabricante: tinha aparência bastante agradável apesar de não se prestar a um verdadeiro fora de estrada principalmente pelo seu escapamento que passava por baixo do motor e a suspensão Bi-choque. Praticamente não havia tecnologia empregada nos modelos nacionais, principalmente quando comparados aos modelos produzidos mo exterior.
Com a Honda CB400, em 1980, o motociclista brasileiro voltou a se acostumar com modelos de média cilindrada. Mas praticamente não houve evolução em tecnologia: ela ainda tinha suspensão traseira convencional, com dois amortecedores, mas possuía uma estética ousada pra época.
Em 1981 a DT180 trouxe uma luz em tecnologia: a suspensão traseira mono-amortecida. M foi apenas em 1982, com a chegada da Honda XL250R, que a suspensão traseira com um amortecedor se mostrou “em dia” com a evolução tecnológica. Enquanto a DT tinha um grande amortecedor horizontal em baixo do tanque de combustível, a XL tinha um amortecedor mais eficiente, menor, colocado verticalmente no centro do quadro. Era o sistema pro-link.
Mais evolução em termos de tecnologia: a fábrica gaúcha Agrale, depois de comprar a Alpina, passou a produzir ciclomotores e se “inteirar” do mercado motociclistico, e depois a fabricar no Brasil os modelos italianos da Cagiva, com a marca Agrale. O que essas motos, Agrale STX 16.5 e elefant 16.5, até então estranhas aos motociclistas tinham de novidade a refrigeração líquida do motor e freio a disco em fora de estrada.
Os dois lançamentos seguintes, a Honda CBX750F e a Yamaha RD350R, ambos em 1986, terminaram com o tabu de que brasileiro nunca teria motocicletas realmente modernas. Além de um excelente desempenho, essas motos introduziram sistemas até então inéditos no Brasil, a Honda com o TRAÇO (torque reactive antidive control) sistema antimergulhante da suspensão dianteira, ou o da Yamaha com o YPVS (Yamaha power valve system) válvula de escape que controla o torque de motor em baixa rotação.
Os últimos lançamentos mais representativos demonstraram uma tendência para os anos 90: a Yamaha XT600 Ténéré abriu perspectivas para o surgimento de grandes trail de ultima geração, como a Transalp da Honda ou a própria Super Ténéré da Yamaha. E para o lado esportivo, a Honda CBR450SR indica que logo teremos superbikes como as Hondas CBR 600F ou CBR 1000F, ou ainda as fantásticas Yamaha FZ600R ou FZR1000R.
Além dessas motos de grande cilindrada ou grande desempenho, há uma perspectiva de alta tecnologia também para pequenas trail, motos de passeio mais sofisticadas, ou scooters urbanos. A Honda NX150, lançada agora em 1989, é uma mostra disso. E mesmo novos conceitos em motocicletas introduzidos no exterior já começaram a surgir no Brasil. É o caso da Yamaha TDR, uma passeio com características de moto trail.
1990
Para a próxima década, portanto, tudo indica que o mercado motociclistico brasileiro terá um grande avanço, mesmo se o mercado mundial continuar por mais um tempo estabilizado. Espera-se que toda a tecnologia incorporada às motocicletas de todo o mundo, principalmente as japonesas, seja absorvida pelos modelos brasileiros a partir de 1990.
A começar pela Yamaha TDR, que como na DT, deverá ter motor de 200cc com refrigeração líquida. Ou mesmo pela possibilidade de produção no Brasil da linha FZ/FZR, nas cilindradas de 600, 750 e 1.000cc, para exportação. Nesse caso, espera-se que 20% dessa produção fique para o mercado interno. A grande FJ1200 também pode entrar nesse esquema.
Para a Honda, o que se tem de concreto é a XLX350R com carenagem da Transalp e partida elétrica, mas certamente outras novidades virão. Assim como parte da Agrale, que poderá trazer tecnologia da Cagiva em um de seus modelos esportivos, ou então Ducati, com uma estradeira ou uma grande trail. Tudo isso e muito mais, na década que está chegando.
Gabriel Marazzi
Pois é, caros amigos, a década de 90 veio, e foi… Algumas das previsões do Gabriel se concretizaram, outras não, fato é que, foram duas décadas muito intensas para a indústria motociclistica nacional, que partiu em 1980 com apenas modelos básicos de 125cc e culminou em 1998 com a Yamaha YZF R1, uma superesportiva emblemática, chegando ao Brasil pouco tempo depois de seu lançamento mundial. Uma verdadeira revolução.
Diego Rosa
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Só faltou a Romisetta, um "triciclo" com 4 rodas, eh eh eh. Baseado na mecânica Lambretta.
Obrigado.
Só faltou a Romisetta, um "triciclo" com 4 rodas, eh eh eh. Baseado na mecânica Lambretta.
Obrigado.
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Obrigado.
Amigo, essa tinha 3 rodas.
Amigo, essa tinha 3 rodas.
Tive uma Monark Monareta S50 89, vulgarmente conhecida por "mobilete" da Monark (a Mobylette era da Caloi – e mais bonita, apesar da menor autonomia).
Onde eu morei, os ciclomotores (ou "garelis", como também eram chamados), da marca Agrale predominavam (XT com tanque alto imitando moto e SL com quadro baixo).
A minha Monark andava mais do que as Agrale e era diversão garantida (quando não quebravam kkkk)
Tive uma Monark Monareta S50 89, vulgarmente conhecida por "mobilete" da Monark (a Mobylette era da Caloi – e mais bonita, apesar da menor autonomia).
Onde eu morei, os ciclomotores (ou "garelis", como também eram chamados), da marca Agrale predominavam (XT com tanque alto imitando moto e SL com quadro baixo).
A minha Monark andava mais do que as Agrale e era diversão garantida (quando não quebravam kkkk)
Tive uma Monark Monareta S50 89, vulgarmente conhecida por "mobilete" da Monark (a Mobylette era da Caloi – e mais bonita, apesar da menor autonomia).
Onde eu morei, os ciclomotores (ou "garelis", como também eram chamados), da marca Agrale predominavam (XT com tanque alto imitando moto e SL com quadro baixo).
A minha Monark andava mais do que as Agrale e era diversão garantida (quando não quebravam kkkk)
legal .
legal .
legal .
CARO AMIGO
ESQUECEU DE MENCIONAR A LENDÁRIA, TALVEZ MAIOR DE TODAS, rd 350 lc, viuva negra
valeu pelo texto
abraços
CARO AMIGO
ESQUECEU DE MENCIONAR A LENDÁRIA, TALVEZ MAIOR DE TODAS, rd 350 lc, viuva negra
valeu pelo texto
abraços