Nas Entranhas da Moto…

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Eles ficam escondidos, silenciosos… são as graxas e os fluidos!

Entre todos, o óleo do motor é o mais famoso, conhecido até mesmo pelas mulheres, merece muito de nossa atenção. Mas além do óleo do motor, você conhece os demais fluidos, graxas e pontos de lubrificação de sua clássica?  Espero que conheça, mas mais importante que conhece-los é lembrar de sua correta manutenção!

Para ajudar, a lista abaixo nos trás uma sequencia de manutenção desses lubrificantes ocultos, tão importantes e que não devem ser esquecidos:

Óleo do motor

Bem, desse item eu tenho certeza absoluta que ninguém se esquece, pois caso esquecesse, a clássica não estaria mais aqui pra contar historia…  ou, já teve despesa suficiente pra consertar um motor e não mais esquecerá.  Mas não basta apenas troca-lo, devemos lembrar que cada moto tem lá seu ritual para troca de óleo, algumas tem filtro a ser trocado, outras não.
O manual da moto é o maior aliado nessa hora – o óleo deve seguir as mesmas especificações exigidas pelo fabricante da moto, sendo trocado no intervalo de quilometragem especificado pelo fabricante, ou no limite de 6 meses!  Fiz questão de grifar a troca no intervalo máximo de 6 meses, pois muitos de nós, proprietários de clássicas, andam pouco com as “joias”, e por essa razão, a troca de óleo do motor acaba tornando-se obrigatória a cada 6 meses.

Fluido de freio / Embreagem

Não são todas as clássicas que tinham freios e embreagem hidráulicas mas algumas sim possuíam esse equipamento e merecem nossa atenção.  A manutenção preventiva desses fluidos nos geram uma economia importante na manutenção da motocicleta, pois esses fluidos são higroscópicos, atraem a umidade do ar,  e, apesar de seus circuitos serem absolutamente vedados (reservatório mangueiras, cilindros), com o passar do tempo a umidade consegue ir penetrando, por exemplo, pelos poros das mangueiras que vão se ressecando e vai contaminando esse fluido. Caso a manutenção não seja feita, a ferrugem começa a aparecer em peças moveis do sistema, cilindros-mestre por exemplo, e o travamento do sistema é inevitável.  Mas os sistemas hidráulicos são simpáticos e nos avisam antes disso acontecer, ficando “borrachudos” e com baixa eficiência!  Enfim, de acordo com o manual de cada motocicleta, os fluidos devem ser trocados. Alem disso,deve-se banir imediatamente qualquer vazamento do sistema hidráulico, pois por onde vaza fluido, entra umidade!
Outro item que deve ser lembrado, e se não trocado pois nem sempre é possível, mas ao menos inspecionado, são as mangueiras, pois o ressecamento é inevitável… muito embora não seja uma tarefa fácil encontrar mangueiras de reposição no mercado, a boa noticia é que pode mandar faze-las, facilitando sobremaneira a manutenção desse precioso sistema.

Óleo da suspensão dianteira

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Na suspensão dianteira, temos 2 pontos importantes a observar. Primeiro a troca de óleo, atendendo ao indicado no manual de cada fabricante (que normalmente especificam intervalos de quilometragem ou tempo), da mesma forma, devemos usar sempre o mesmo fluido recomendado pelo fabricante, afim de garantir funcionamento idêntico ao original. A troca de óleo por outro de especificação diferente vai deixar a suspensão da moto mais dura, mais macia… enfim, o que pode ser desejável em uma competição, mas não faz o menor sentido quando falamos de colecionismo!  Importante também aferir cuidadosamente a quantidade a ser colocada, sendo idêntica nos 2 lados e rigorosamente de acordo com o manual da motocicleta. Alterar a quantidade, pode trazer efeitos colaterais:  a menos – deixará a suspensão mais macia. A mais – deixará a suspensão mais dura e forçará os retentores, que podem romper-se e causar vazamento de fluido…  Uma inspeção externa da suspensão quanto a seu funcionamento, suave e sem trancos, vazamentos, riscos deve ser feita com maior frequência.

Pontos de lubrificação da suspensão traseira e chassi

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Ja a suspensão traseira e chassi, de algumas motos, tem pontos de lubrificação.  Esses pontos são pequenos bicos de metal com uma esfera na ponta que servem de porta de entrada da graxa para esses sistemas.  o que deve ser observado ali?
Bem, primeiramente devemos usar sempre as graxas recomendadas pelos fabricantes nos prazos especificados (se não me engano, Honda especifica graxa a base de bissulfato de mobilidenio).

Ao engraxar, usar uma engraxadeira manual, evitando as pneumáticas.  Com a manual dá pra ter maior controle do que entra de graxa nova e o que sai da graxa velha.
Observar primeiramente se o bico encontra-se destravado e desobstruído. É normal que a esfera que se encontra em sua ponta venha a travar por acumulo de sujeira ou ferrugem. Neste caso, empurra-la pra dentro delicadamente com um objeto pontudo costuma resolver. Caso não resolva, o bico deve ser substituído.
Uma vez desobstruído, posicionar a engraxadeira e bombeá-la, fazendo com que a graxa nova entre no sistema e a graxa velha (fácil de reconhecer pois estará escurecida) saia pelos vãos próximo ao bico, na região que está sendo engraxada. Realizar esse procedimento, bico por bico, até que a graxa limpa esteja saindo pelos vãos.

Lubrificação dos cabos de comando

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Eu recomendo que se lubrifique cabos de comando apenas com oleo. Em minhas motos, uso “oleo singer”, que nada mais é do que óleo de baixa viscosidade e de coloração clara, é legal que a embalagem dele já é uma pequena almotolia.  Mas ha quem coloque óleo de motor (um pouco mais espesso), tem quem use misturinhas com militec, aditivos, bardahl e outras alquimias. O fato é que a unica exigência é que os cabos de comando estejam lubrificados, como a frequência de movimentação é pequena (comparando-se a outros pontos de lubrificação, como um virabrequim por exemplo, ou comando de válvulas) não ha uma especificação detalhadissima para esses pontos de lubrificação.

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 Eu não recomendo óleos desengripantes (tipo WD40) pois apesar de terem um poder de penetração incrível e da facilidade de uso pelo spray e seu bico longo, esses desengripantes tem a característica de secar-se apos um curto periodo, sem falar que tem pouca aderência.  Ou seja, em poucos dias seu cabo estará seco novamente… Talvez seja uma boa ideia, em cabos que estão muito pesados, “lavar” com spray tipo WD-40 para desengripar e tirar sujeira, e depois sim lubrificar com a almotolia de óleo singer.

Fluidos de refrigeração

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Mais uma vez, seguir os manuais do proprietário e de oficina é o melhor caminho pra manter o sistema em ordem.  Só não pode é se esquecer de olhar no manual e deixar de dar manutenção não é mesmo? Cada fabricante tem lá sua recomendação, mas a troca da “água” do radiador e o fluido são importantíssimos, alguns fabricantes pedem que seja usado apenas o fluido, outros misturado a água, enfim… o que não dá é pra deixar a água faltar e o motor esquentar!  ou enferrujar por ter água velha lá dentro…

Limpeza e lubrificação da corrente de transmissão

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Quando voce achar que ja viu de tudo nessa vida, pense que pode estar enganado, só no capitulo “relação de transmissão” de uma motocicleta, existem coisas bizarras a serem vistas ainda…  não to falando de emergências em estradas remotas desse mundão de deus não, emergência é emergência, os náufragos tomam sua própria urina…  mas to falando das receitas caseiras inventadas pra lubrificar a relação de transmissão de uma motocicleta.  Ja ouvi gente falar que usa uma pasta de terebentina com vaselina…  outros que usam graxa náutica (oras, náutica?), óleo queimado usam os mais porcalhões, nada usam os mais relaxados… o professor pardal desavisado mete logo um WD40 pra destruir tudo….uma infinidade de porquices, algumas que sujam a moto inteira e outras que não sujam nada, e nem lubrificam.  Os fabricantes são unanimes em recomendar: – limpeza com querosene e lubrificação com óleo 90 (novo por favor!).
Tão simples, tão barato, tão funcional… porque inventar moda?  Existem hoje em dia produtos fabricados especificamente para este fim, eu até pouco tempo atras ia no tradicional: querosene e óleo 90.  Mas, por conta das viagens longas que fiz com motos modernas acabei conhecendo esses produtos modernos com resultado muito positivo, e passei a usa-los em minhas motocicletas antigas, posso recomenda-los.

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A motul fabrica um produto para limpar a corrente (spray, muito pratico e eficiente) e outro para lubrificar (também spray de fácil aplicação e muito resistente).  São boas recomendações que lhes deixo.  E no quesito “quando” lubrificar?  poxa, eu recomendo lubrificar SEMPRE.  Quando falamos de motos modernas viajando, a cada 300 km é um numero legal.  Quando falamos das antigas, que tal a cada lavagem?

O lance é cuidar muito daquilo que não se vê na motocicleta, desta forma,  o que se vê pode ser desfrutado com muito maior prazer, moto lubrificada é saudável, macia, silenciosa, confortável… e dura bem mais!

quer conhecer outras matérias que publicamos sobre o tema manutenção? clique aqui!


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5 thoughts on “Nas Entranhas da Moto…

  • Os lubrificantes de correntes como o Motul, Motorex, entre outros "modernos", são mesmo bons e fazem pouca sujeira.

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  • Os lubrificantes de correntes como o Motul, Motorex, entre outros "modernos", são mesmo bons e fazem pouca sujeira.

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  • Os lubrificantes de correntes como o Motul, Motorex, entre outros "modernos", são mesmo bons e fazem pouca sujeira.

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  • Os lubrificantes de correntes como o Motul, Motorex, entre outros "modernos", são mesmo bons e fazem pouca sujeira.

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  • Uma boa e barata solução é usar oléo para corrente de motoserra viscosidade SAE 240. Algumas poucas gotas pela manhã e a corrente permanecerá lubrificada sem lambusar nada;

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