A primeira Ténéré a gente não esquece

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Você lembra dessa frase “o primeiro Valisère a gente nunca esquece”? Ela ficou famosa na propaganda da menina que ganhou o primeiro sutiã e, num passe de mágica, se transformou de patinho feio numa jovem sensual. Lançada em 1987 ganhou as ruas e caiu na boca das pessoas. Naquela mesma época chegava às concessionárias da Yamaha a nossa primeira big trail: a gloriosa Yamaha XTZ 600 Ténéré.
Voltando a falar da menina e seu sutiã, a propaganda saiu do vídeo e ganhou as páginas das revistas, jornais e outdoors estampando o slogan e uma frase em letras miúdas “um menino não esquece a visão do primeiro sutiã ao espiar garotas no banheiro de um colégio de freiras”… Lembra da cara do moleque abobalhado? Pois bem, eu fiquei assim quando vi a Ténéré naquele distante 1988…

E lá se foram 30 anos e eu continuava com aquela cara de tonto cada vez que via uma Ténéré passando na rua ou na estrada.

Quem me conhece sabe que trabalhei na revista Duas Rodas e testava todas as motos – mas isso foi a partir de 1997 época que a Ténéré já não aparecia na redação. Naquele ano as motos que se destacavam eram a SuperTénéré 750 e a BMW R 1100 GS. Por isso, nunca andei na Ténéré 600. A vida foi passando e finalmente chegou a minha vez.

Apesar dos 30 anos a Ténéré continua bonita e imponente. Bastou rodar com ela para ver a pessoas babando 

Lembra mesmo aquela menina

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Cicero, Adriano e Diego testando a Ténéré do Antonio

Em um desses domingos fui convidado pelo Diego e o Adriano para motocar por aí e conhecer uma Ténéré 600. Convite irrecusável e partimos para Jundiaí e lá ficamos no shopping center esperando o Antônio chegar com a sua máquina azul.
Ouvir o ronco do motor que trabalha redondinho foi muito legal, ele parece te convidar a uma longa jornada. O tancão enorme ajuda a destacar a moto com suas cores azul e amarela. O farol único e o para lama alto mostram que ela nasceu para andar em qualquer caminho – de preferencia pelo mau caminho!

Apresentações feitas era a hora de sair e rodar na estrada. Juro que não estava a vontade para pilotar uma moto tão especial para seu dono. Apesar de estar a venda, ela é tratada com muito carinho e respeito.

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Finalmente, depois de 30 anos, chegou a vez de rodar numa Ténéré 600. Voltei no tempo e curti demais o passeio

Partimos em comboio e fui seguindo a Ténéré, como se voltasse no tempo. Em pouco quilômetros paramos para fazer algumas fotos e o Antonio insistiu para que eu rodasse na sua moto. Tive medo, mas não recusei.

Ela assusta, mas é mansa
Imponente, graças ao enorme tanque de 23 litros a Ténéré se mostrou muito dócil e confortável. Obediente fazia as curvas com calma e aos poucos me deixava tranquilo. O banco fino permite uma posição agressiva e relaxada de pilotagem, se quiser ficar em pé nas pedaleiras e encarar uma estrada de terra ela não reclama. Na verdade nasceu para isso!
Bastaram alguns quilômetros naquela Ténéré 600 para entender o carisma que essa máquina ainda exerce sobre os motociclistas. Muita gente ainda sonha com uma para voltar no tempo e curtir com a primeira big trail que chegou ao Brasil.

Ao retornar e devolvê-la ao Antônio perguntei se ele não estava triste por ter de vendê-la. Com uma certa melancolia ele disse “faz parte da vida, as vezes temos que dar uma passo para trás, resolver as coisas e seguir em frente”.
Consegui finamente entender um pouco do carisma da Ténéré e fico torcendo que essa moto encontre um dono que cuide dela e a respeite como faz o Antônio, ela merece!!!.       

Ahh já ia me esquecendo, como disse, ela está a venda, quem quiser falar com o Antônio, o Whatsapp dele é (15) 9.9675.0570.


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9 comentários sobre “A primeira Ténéré a gente não esquece

  • E poder proporcionar a todos voces essa "viagem do tempo" foi muito prazeirozo: sensacao unica e poder conhece-los! Melhor ainda! Abs.

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  • E poder proporcionar a todos voces essa "viagem do tempo" foi muito prazeirozo: sensacao unica e poder conhece-los! Melhor ainda! Abs.

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  • E poder proporcionar a todos voces essa "viagem do tempo" foi muito prazeirozo: sensacao unica e poder conhece-los! Melhor ainda! Abs.

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  • Maravilha de reportagem. Ainda tenho a revista Motoshow com o lançamento da primeira versão da Tenere na Europa, tanque de combustível de 30 litros e partida no pedal. Sempre sonhei em ter uma mas não deu. Faltou um pouco mais de $$$.

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  • Maravilha de reportagem. Ainda tenho a revista Motoshow com o lançamento da primeira versão da Tenere na Europa, tanque de combustível de 30 litros e partida no pedal. Sempre sonhei em ter uma mas não deu. Faltou um pouco mais de $$$.

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  • Tanques imensos são mesmo maravilhosos! Hoje em dia, sabemos que qualquer coisa acima de 23 – 25 litros torna-se desnecessário, mas ainda assim, curto demais as motos com tanques gigantescos de 30 – 35 litros! ainda que, praticamente inúteis, no mundo atual… são lendários, imponentes. Verdadeiros camelos!

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  • Tanques imensos são mesmo maravilhosos! Hoje em dia, sabemos que qualquer coisa acima de 23 – 25 litros torna-se desnecessário, mas ainda assim, curto demais as motos com tanques gigantescos de 30 – 35 litros! ainda que, praticamente inúteis, no mundo atual… são lendários, imponentes. Verdadeiros camelos!

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