Tem que ser na manha…
Vez ou outra me perguntam se, uma moto antiga ou clássica, pode ser usada no dia a dia. É complicado de responder, pois cada caso é um caso… depende o que se entende por dia a dia – 40 km diários em SP capital, com sol ou chuva?! ou 4 km em uma pacata cidade do interior, apenas nos dias com tempo mais firme…
Mas, hoje a ideia é falar da forma de condução de uma antiga, seja no dia a dia do interior, ou nos domingos de sol, alguns detalhes que não podem ser esquecidos, ainda mais pra quem está acostumado a motos modernas… a tocada é outra.
Hoje, em idade de aposentadoria… as motos antigas devem ser levadas pra passear! |
Tem que aquecer.
Afogador, torneirinha, pedal de partida… isso praticamente não existe mais em motos modernas, mas nas antiguinhas eles invariavelmente estão ali, então, vamos fazer uso deles corretamente.
Quando o motor tiver frio, é importante deixa-lo aquecer antes de sair, pois hoje em dia os óleos são cada vez mais “finos”, e os motores modernos, fabricados com maior precisão em suas folgas, permitem o uso desses óleos. – Ótimo, mas o que isso tem a ver com a partida a frio? – esses lubrificantes, atingem a parte alta do motor mais rapidamente (afinal são menos espessos), permitindo com que você saia mais rápido para o seu passeio.
Mas quando estamos passeando com uma clássica, ninguém tem pressa, concorda?! Então, vamos puxar o afogador, pedalar pra dar a partida e deixa-la aquecer por um ou dois minutinhos, tempo suficiente pra deixa-la no pezinho e dar uma voltinha conferindo se tudo está no lugar… pneus estão calibrados (pneus com câmera, lembra? eles perdem calibragem com o passar dos dias, mais rapidamente do que os sem câmera), aproveitar o escurinho da garagem pra dar um teste nas lampadas, setas, farol etc. – passado esse período, baixar o afogador e sair.
Sempre um passeio.
A tocadinha também tem que ser mais sossegada, lembre-se que todo o conjunto é antigo, portanto os freios que eram bem dimensionados pra rodovias dos anos 1970 ou 1980, hoje se mostram muito fraquinhos (mesmo que estejam regulados rigorosamente de acordo com indicações do fabricante), as suspensões, mesmo que as manutenções sejam rigorosas, mas… sentem – literalmente – o “peso” da idade. Pneus então, se forem “de época”, possivelmente ressecados, se forem modernos… tem medidas conservadoras… Então nada de ficar acelerando forte, freadas bruscas, mesmo porque, “que graça tem fazer graça” com as clássicas? … a diversão dessas motos é justamente desfilar, permitir que a luz do sol a faça brilhar, encantando motoristas e outros motoqueiros que estejam a sua volta!
Nada de altas rotações, se for subir o giro, num trecho de estrada por exemplo, que o faça suavemente, e jamais aproximando-se da faixa vermelha.
Lembre-se que pneus e freios mostram suas limitações… |
Segurança em jogo.
Além do glamour do passeio, tem-se que olhar pelo lado da segurança e bom senso também. São motos que não te permitem zigzaguear entre os carros no corredor (dá pra fazer?! até dá… mas vale a pena arriscar um tombo com uma clássica!?), são motos que te obrigam a manter uma distancia maior do veiculo a frente em qualquer situação (lembra dos freios?! pois é, são fraquinhos normalmente).
Pois então, nessa tocadinha, você estará poupando seu equipamento, e afinal de contas elas não estão nem fazendo horas extras… elas já se aposentaram, e como tal, devem ser respeitadas – pra continuar a rodar pelos próximos 20, 30…talvez 40 anos.
A “tocadinha suave” vai manter sua clássica rodando por muito mais tempo! |
Bem… e voltando ao começo da conversa, afinal uma coisa ta ligada a outra: – Dá pra usar no dia a dia? Compensa?!
fotos: Bettina Theisinger
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Maravilha de reportagem. Clássicas podem ser usadas no dia a-dia, mas seguindo essa orientação da reportagem, sua clássica vai durar muito. Até longas viagens podem ser feitas, respeitando a motocicleta. Com minha CB de 87, fiz alguns bate-e-volta até Maringá, distante 568 quilômetros de casa. Vou sábado de manhã volto no domingo depois das 10. Quase 6 horas de estrada parando apenas uma vez para reabastecer. E se tivesse uma grana a mais, com certeza mais umas duas clássicas fariam companhia para minha amada .
Excelente! Tenho uma NX 200 que refiz toda, e a ideia é essa, cuidado no amaciamento pra manter a velocidade de cruzeiro em torno de 90/110. E tá bom D++! Já tá com 3.100 km na fase de amaciamento.
Excelente! Tenho uma NX 200 que refiz toda, e a ideia é essa, cuidado no amaciamento pra manter a velocidade de cruzeiro em torno de 90/110. E tá bom D++! Já tá com 3.100 km na fase de amaciamento.
Eu não uso a minha CB 450 DX 88 no dia a dia (uso esporadicamente fins de semana, só para o lazer), mas sinto que no meu caso seria perfeitamente possível, até encarar umas viagens, mas, claro, só na moral e sem muitos excessos.
Eu não uso a minha CB 450 DX 88 no dia a dia (uso esporadicamente fins de semana, só para o lazer), mas sinto que no meu caso seria perfeitamente possível, até encarar umas viagens, mas, claro, só na moral e sem muitos excessos.
Tenho uma XL 250 ano 83 e como vendi minha XRE 300 por enquanto ficarei usando a XL todos os dias para ir ao trabalho ( uns 20 km ida e volta)mas claro sempre andando em “modo desfile”.