Garagem do Colecionador: CBR450RR como é andar nela depois de 30 anos…
A moto
Absurdamente bem conservada, com apenas 22.000 km rodados, parece ter ignorado os 31 anos que se passaram, recebeu um par de novos pneus, uma revisão minuciosa e foi pra estrada.
Durante a revisão, com ela “peladinha” pode-se observar seu quadro e motor. |
Não ha a pretensão de fazer um teste com a moto nesta postagem, testes foram feitos nos anos 1980/90 e são muito legais, mas, como esses 30 anos não se passaram apenas pra CBR, mas também pra nós todos, achei interessante analisa-la sob a ótica do ano 2020. Nesse tempo, nosso nível de exigência aumentou, conhecemos novas tecnologias, tudo avançou muito, até mesmo as rodovias e os carros que nos cercam evoluíram bastante.
Visual
O visual da CBR450SR é incrível e não há ninguém que não note sua beleza.
Cores, grafismo, detalhes, a carenagem integral seguindo o conceito aero, onde todas as partes mecânicas foram escondidas, não se vê quadro, não se vê “avesso de carenagem” próximo ao painel, o para-lama dianteiro cobre as bengalas da suspensão, o para-lama traseiro, que integra o cobre corrente é algo que virou moda nos anos que seguiram ao lançamento dessa moto. A torneira de combustível integra as linhas da moto também, e o porta luvas no lado direito da carenagem é de bom tamanho e muito útil…
Tudo de um requinte que ainda hoje é válido e admirado. Não pode-se deixar de comentar sobre o painel, muito completo e bonito, contando inclusive com marcador de combustível. E os “punhos de luz”, com afogador integrado, lampejador de farol, setas, tudo de excelente qualidade e muito bom gosto.
Sem duvida a Honda, naquele momento de importações ainda proibidas, despejou nessa moto muito requinte, e conseguiu! É uma moto luxuosa até os dias atuais.
Ao lado da CBR1000F, que só chegou ao Brasil mais tarde, mas de quem compartilha o conceito aero, com linhas muito limpas e valorizando a aerodinâmica. |
Para-lama dianteiro cobrindo as bengalas de suspensão dianteira – cuidado aerodinâmico. |
O quadro quase totalmente escondido pela belíssima carenagem |
Nada de arestas, tudo arredondado e muito harmônico. |
Painel completo, com destaque ao conta-giros ao centro. |
O 2×1 original dá voz à moto! E que voz linda! |
O capricho da Honda neste modelo foi extremo, até mesmo janelas nas duas carenagens, pra permitir inspeções mecânicas com maior facilidade. |
Andando
Seria bater na mesma tecla dizer que seu desempenho é acanhado, naquela época, as revistas especializadas sempre colocavam a moto lado a lado com a RD350R, e a diferença de desempenho do motor é muito grande sem duvida… confesso que, apesar de acha-la lindíssima, a CBR450SR nunca me despertou muita curiosidade, também, aos 20 anos a gente queria mesmo é desempenho, não tava muito ligado em acabamentos, não é mesmo?
O ronco do bicilíndrico a ar é encorpado graças ao 2×1 de fabrica, um ronco muito agradável, grave e que vai ficando cada vez mais gostoso enquanto o ponteiro do conta giros vai subindo, em velocidade cruzeiro (120 a 130km/h) a sinfonia fica deliciosa, acho que a Honda emprestou da Yamaha seu diapasão para afinar esse 2×1.
Atingi 160km/h de velocímetro e percebi que havia mais pra empurrar (pouco mais). Quer saber? não é nada estonteante, mas é bem adequado pra uma viagem tranquila. Obvio que não se compara com a RD350, mas os demais atributos certamente farão a viagem mais agradável.
Agora, quer se divertir mesmo? a diversão comer quando chegam as curvas… pode ser curva de grande raio, ou curvas apertadas, a diversão é garantida até mesmo nas curvas de trevos nas rodovias, pois a moto tem uma ciclística acertadíssima! E ai até mesmo comparando com motos de maior cilindradas e mais modernas, a CBR não passa vergonha não. Entra feliz nas curvas, deita muito, com muita previsibilidade, sem sustos a quem pilota. Diferente da RD350R que exige muito de quem a esta pilotando, na CBR qualquer um sente-se um piloto, tamanha a facilidade de pilotagem que essa moto oferece.
Com sua rival de época, se por um lado a RD esbanjava desempenho, a CBR era muito bem acabada e com uma ciclistica muito mais evoluída! |
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Que bela moto!
Que bela moto!
Que bela moto!
Linda demais.
Linda demais.
Linda demais.
Tenho uma 92, mecânica muito confiável
Tenho uma 92, mecânica muito confiável
Tenho uma 92, mecânica muito confiável