Laboratório na pista, uma história de coragem e perseverança
A história de sucesso de muitos modelos e marcas de moto é escrita nas competições. Ninguém discute que BMW e Yamaha se beneficiam até hoje das vitórias no Rally Paris-Dakar, o mesmo acontece com a Honda que desenvolveu a tecnologia dos motores de quatro cilindros em pistas como a Ilha de Man. Gostaria de dividir com os amigos do Motos Clássicas 80 algumas fotos bem interessantes e um texto bem legal que recebi da Honda, em julho do ano passado, falando sobre o tema competições como laboratório de desenvolvimento.
Além do tema tecnológico, gostaria que os amigos observassem as condições de segurança dos pilotos. Prestem atenção aos equipamentos de segurança utilizados à época e condições das pistas
“A primeira corrida fora do Japão de uma motocicleta Honda foi no Brasil, o Grande Prêmio IV Centenário, disputado em 1954 na cidade de São Paulo (foto acima). A experiência, frustrante do ponto de vista do resultado, estimulou a empresa de pouco mais de cinco anos de existência a aprimorar tecnologias. O resultado desse empenho se viu em 1959, na estreia no Campeonato Mundial de Velocidade, na etapa inicial da temporada, o Tourist Trophy na Ilha de Man, na Grã-Bretanha”.
“A categoria escolhida foi a 125cc e as Honda RC141 e RC142, ambas dotadas de motores bicilíndricos, tinham como diferença técnica principal o cabeçote: de duas válvulas por cilindro na RC141 e de quatro válvulas por cilindro na RC142. À época, o Mundial era dominado por marcas europeias e ninguém percebeu que aquela delegação japonesa representava a ponta de um poderoso iceberg, destinado a subverter o poder vigente”.
“Com as pioneiras RC141/142 a Honda estudou o ambiente, e mediu forças. O sexto lugar entre os 18 competidores que cruzaram a linha de chegada foi um bom começo. No ano seguinte, 1960, veio a primeira temporada completa no Mundial, e os primeiros pódios. Em 1961, as vitórias e os títulos mundiais na categoria 125 e 250cc. Ao final da temporada de 1967, a Honda decidiu suspender provisoriamente sua participação no Mundial de Motovelocidade, tendo vencido 138 Grande Prêmios e 34 títulos mundiais entre Pilotos e Construtores, em quatro categorias distintas: 50, 125, 250, 350 e 500cc. O mundo da moto conhecera, neste período, uma tecnologia superior, feita de motores multicilíndricos, cuja qualidade se refletia na produção”.
“As RC 141 e RC149 (125cc), RC160 3 RC166 (250cc), RC170 3 RC173 (350cc) e RC181 (500cc) – serviram como embriões do motor que assombraria o mercado mundial à partir de 1968, equipando a lendária Honda CB 750 Four, motocicleta que condensava o conhecimento adquirido desafiando – e vencendo – as marcas mais tradicionais da indústria motociclística daquele tempo”.
Jornalista Especializado em veículos e mobilidade. Editou a revista Duas Rodas, foi colunista do portal UOL e criou publicações como Revista Ordem de Serviço e edita atualmente a revista MotoEscola.
Muito legal relembrar. Maravilha.