Yamaha XT 500, tão especial quanto as músicas da Rádio Difusora
Cheguei na garagem, olhei bem para a Yamaha XT 500 tentando descobrir o que ela tem de tão diferente, por que mexe tanto com a gente… Enquanto o Diego Rosa abria a pesada porta de aço, eu empurrava seus 155 quilos (em ordem de marcha), ainda sentia nas pernas o calor irradiado pelo motor de 499 cc que parece gostar de queimar os pelos da canela. Esquenta prá diabo, mas valeu o passeio!
Convite irrecusável (mesmo de bermudas) andar na lendária Yamaha XT 500 |
Se existe um lugar que você não quer estar com essa clássica é em um congestionamento. Mesmo que ela passe fácil entre os carros, graças ao torque de 4 kgf.m a 5.500 rpm, cobra isso em calor. Se estiver de bermudas, então, esquece. .. Pronto acabou minha seção reclamação com essa velha senhora dos anos de 1970.
Cada vez que desço dessa moto fico mais apaixonado e admiro ainda mais aqueles caras que competiram com ela e levaram para o museu da Yamaha uma porrada de troféus de competições off-road. Nossa, imagina como deveria ser estar em pleno Saara, com aquele motor quente debaixo das pernas e tendo que acelerar muito para não ser engolido pelas dunas. Literalmente lutando para se manter vivo…
Motor lembra bomba de poço, muita força e simplicidade com 2 válvulas no único cilindro |
Se você nunca sentou numa XT 500 eu explico como é. Pra começar o guidão largo faz uma enorme (e necessária) alavanca para que a roda dianteira – de 21 polegadas – mude de trajetória. É engraçado, mas ao contornar as curvas, parece que você sente a roda brigando com as leis da física para ficar em pé.
Definitivamente essa Yamaha transmite todas as sensações para quem está no comando, as boas e as ruins. Graças ao banco estreito e macio o piloto sente a moto, seja nas mudanças de direção, ao passar em algum obstáculo ou ao acelerar. Falando em acelerar, vou até abrir mais um capítulo…
A mão direita ganha um importância absurda para controlar a XT 500, ela obedece qualquer solicitação do piloto. Não importa a marcha, a situação ela sempre te dará um leve soco no estomago dizendo para o piloto “não mexe comigo!”. Se estiver na descida e precisar de freio motor, basta cortar a aceleração que ela devolve em uma redução, prá lá de eficiente!
Ao rodar com a XT 500 é quase imediato recordar de músicas com Night Fever, dos Bee Gees ou Bohemian Rhapsody do Queen que sempre tocavam na Rádio Difusora. Lembra da chamada “Sucessos de Todo o Mundo”. Pois é naqueles tempos quem tinha uma Yamaha dessa na garagem, era o rei do off-road!!!
Tanque para 8.8 litros e visor na lateral do cabeçote para achar o (PMS) Ponto Morto Superior, dar partida ligar esse propulsor é a única tarefa complicada nessa linda Yamaha XT 500 |
O enorme guidão faz com o que os braços fiquem bem abertos, pedaleiras recuadas dobram as pernas e o banco, estreito e macio, automaticamente colocam o piloto numa posição trail de “ataque” típica de quem vai sair do asfalto. Vontade não faltou de pegar uma trilha fechada ou um estrada esburacada. Mas temos que respeitar a idade da “Vovózona”. Outra coisa, ela não precisa provar mais sua valentia.
O Piloto e Jornalista Leandro Mello esteve na garagem do Motos Clássicas 80 e passeou na XT500, com seu filho Tomás |
Jornalista Especializado em veículos e mobilidade. Editou a revista Duas Rodas, foi colunista do portal UOL e criou publicações como Revista Ordem de Serviço e edita atualmente a revista MotoEscola.
Parabéns, muito linda essa XT 500.
Parabéns !!!
Mais uma matéria inspiradora !!
BOA TARDE ! POR ACASO ELA TEM OU TINHA A PLACA "AN522" ? UMA DAS MOTOS QUE ME ARREPENDO DE TER VENDIDO…………
Cícero, essa quero ver de perto… ainda vou ter uma.
Lembro que vi anos atras uma SR500 (uma versão street da Xt500) a venda no mercado livre….arrependimento de não ter comprado….
Acabei de adquirir uma maquina dessa, doido para coloca-la em funcionamento e ter o prazer de pilota-la.