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Somos daqueles tempos em que “dirigir carro esportivo era perigoso e fazer sexo sem preservativo era seguro” – realmente, os carros esportivos eram brutos, os pneus tinham pouca aderência, os freios eram precários… e o sexo era, bem… não precisa explicar.
Nas motos acontecia o mesmo. As esportivas eram indomáveis, pareciam fios de alta tensão desencapados! e ai estava o prazer da tocada!
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O piloto, tecnicamente, era muito mais exigido há 30 anos do que atualmente. |
Quando o motor era forte, o quadro não acompanhava, por sua vez os freios não se faziam presentes (alô viúva negra!?!). A potência era entregue de forma abrupta, na base do tudo ou nada, os jornalistas, de forma romanceada, descreviam como “soco no estomago“, muito gostoso de ler, mas difícil de domar. Pneus? Ahh os pneus eram diagonais, com câmara, não se falava em bi-composto, nem em sílica, duravam pouco, tinham pouca aderência, furavam com muita frequência e quando isso acontecia, esvaziavam-se repentinamente – seguuuuura peão!!!!
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Dá pra encarar uma GSX750 antiga na pista molhada? |
No off road a situação era parecida, talvez ainda pior, pois as motos especiais não chegavam no Brasil e tínhamos que adaptar as “de rua” para o off road. Então era comum ver XLX transformada em XR, com kits desenvolvidos por empresas nacionais, com tanques de plastico, laterais, number plates, freios a disco, aros e alumínio e todo macete possível pra diminuir peso e melhorar alguns detalhes.
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XL250R – motocross com Pelo no Peito! |
Empresas como Buffalo e Endurance que produziam os kits de plástico (tanques, laterais, para-lamas) , Circuit com as manoplas e “number-plates”, Two Brothers e Tree Heads com os aros, ponteiras e guidões de alumínio, fizeram sucesso naquela época. Algumas dessas empresas conseguiram se adaptar e sobreviveram, cresceram muito inclusive. Outras infelizmente desapareceram.
Os Pelos no Peito.
– Mas o que tem a ver o pelo do peito com essa historia toda? Cada um deixa crescer, depila, tem por genética ou não pelo onde achar conveniente. Será que este espaço está se tornando um espaço de estética agora? ehhh coisa estranha!
Calma – A “Turma do Pelo no Peito”, é a forma com a qual os pilotos daqueles tempos são chamados hoje, indiferente de ter ou não pelos naquela região, mas por terem aprendido a pilotar naquelas motos tão rudes, brutas, pesadas, acabaram desenvolvendo técnicas que, quem pilota as motos de hoje em dia não desenvolve mais.
A assistência eletrônica hoje é tão grande, não vou dizer que as motos se tornaram sem graça (ainda bem que existem os botões pra desligar as assistências.. 😁) mas elas estão caminhando pra isso, basta ver esse texto que publicamos ha alguns meses: Só não pode perder a essência!
Mas não é bem assim, exagero de minha parte, pois muitas das assistências são úteis e difama-las seria pura estupidez, ABS por exemplo, em 99,9% das situações e para 99,9999% dos pilotos é fantástico. Talvez em alguma situação de off road não se adapte, ou de competição – mas ai basta desliga-lo e pronto! Ninguém em sã consciência vai preferir usar um pneu antigo diagonal, se puder usar um moderno radial sem câmara, bi-composto, com sílica de ultima geração, que agarra tanto que trava até na língua na hora de se pronunciar o nome…
A mensagem que desejamos passar aqui é que, quem aprendeu a “domar” uma motocicleta em situações de chuva, piso escorregadio, pneus de baixa aderência, freios convencionais, sem controle de tração e etc. tem muito mais condições de controla-la em situações-limite, quando a coisa toda sair, naturalmente do controle, pois é nessa hora que os sensores não eletrônicos que estão localizados na bunda, sola do pé, palmas da mão do piloto funcionam com maior intensidade e conseguem nos tirar da situação. É nessa hora que, como dizem, separam-se os homens dos meninos, pois acelerar na reta, qualquer um acelera.
Mas como em tudo, não se pode generalizar, tem muito garoto novo bom de guidão, e tem muito caboclo velho e de peito cabeludo ai que é ruim de rodinha! Mesmo porque a turminha nova tem uma coisa que a turma peluda já perdeu ha muito tempo… o “juizometro” desregulado!
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
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Minha nossa, que lembrança legal.
Já pensaram se uma R1 tivesse sido lançada em 1982, por exemplo?
Teria matado muita gente, e culpariam de fio a pavio a motocicleta, o piloto e por aí vai.
Minha nossa, que lembrança legal.
Já pensaram se uma R1 tivesse sido lançada em 1982, por exemplo?
Teria matado muita gente, e culpariam de fio a pavio a motocicleta, o piloto e por aí vai.
Minha nossa, que lembrança legal.
Já pensaram se uma R1 tivesse sido lançada em 1982, por exemplo?
Teria matado muita gente, e culpariam de fio a pavio a motocicleta, o piloto e por aí vai.