HONDA CBX750F

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Agora falaremos da rainha.
Sim, a CBX750F reinou de forma soberana, absoluta no Brasil na segunda metade da década de 1980. Merece a nossa reverencia!
Lançada em 1986, na versão hoje conhecida como “Black”, era praticamente uma moto importada montada no Brasil, trazendo de volta, 10 anos depois do fechamento das importações, os sonhados e amados motores de 4 cilindros em linha.  E justamente numa cilindrada “magica”, as 750cc!!!

Não se assuste!  Alexandre Barros não fez uma viagem ao tempo (ou será que fez ?!), essa foto, na realidade foi tirada ha poucos meses no Museu da Honda na cidade de Indaiatuba, onde uma das poucas CBX750F 1986 restantes descansa e pode ser contemplada.
Cercado de todo tipo de exageros foi o lançamento deste modelo, no Brasil de 1986.  
O único fator que não foi exagerado, foi o tamanho do primeiro lote, apenas 800 unidades, das quais 700 foram comercializadas e que foram insuficientes para a demanda reprimida desses 10 anos.(segundo consta  as outras 100 ficaram na Honda, foram usadas pra treinamento de mecânicos e etc).
As concessionarias venderam antecipadamente para clientes selecionadíssimos que a disputaram “a tapas” com um ágio tão grande que a fez ser a mais cara moto do mundo naqueles tempos. (O preço de tabela, determinado pela Honda era de Cz$ 129.290,00 – equivalente a US$ 9.388,00 – mas era vendida pelas concessionárias por Cz$ 400.000,00 – equivalente a US$ 29.050,00). – um valor exagerado ainda para os dias de hoje.  Se considerarmos a simples correção monetária da moeda norte americana nesses quase 30 anos, estaríamos falando hoje de mais de US$ 150.000,00 !!!  
A moto era a síntese de um sonho realizado. A CB750F que tínhamos aqui na década de 1970, era a expressão máxima de desempenho e oferecia a quem a pilotava um status elevadíssimo. Em sua atualização – a CBX750F – não podia-se esperar nada diferente. A cilindrada era realmente mágica para os brasileiros (hoje 750cc é considerada uma “média cilindrada”).

Na década de 70
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Na década de 80
7 Galo
Antes de discorrer tecnicamente sobre a rainha, falar da nacionalização, os modelos, os apelidos..  vamos futricar um pouco ainda no tema “apelido” ?
Nos estados unidos, ainda nos anos 70, foi apelidada de “Seven-Fifty” (algo como “sete-cinquenta”) – os americanos tem mania de fazer contrações quando descrevem numerais, mesmo porque chama-la corretamente de “Seven Hundred and Fifty” ninguém merece, não é mesmo? .  Quando desembarcou no Brasil, a historia se repetiu, mas foi abrasileirada de forma inusitada.  O 7, tudo bem, da pra imaginar que é o inicio da cilindrada, 750… ja o “Galo”… poxa, o Galo é o animal que representa o numeral 50 no jogo do bicho…. no fim, ficou simpático e pegou:  7Galo.  Até hoje nos referimos as CB e CBX750 de 7Galo.
Mas atenção – não é qualquer moto de 750cc que é a 7Galo, apenas a Honda CB e CBX750 atendem a tal alcunha.
Mas como ela era?
Bem, da moto que havia por aqui na década de 70 sobrou pouca coisa: – a arquitetura do motor, parte do nome, a cilindrada, o carisma.  A moto que recebíamos em 1986 era completamente diferente, em todos os aspectos.Nos trazia uma tecnologia que até então, apenas conhecíamos por revistas e testes de motos importadas.
O que mais chamava atenção, logo de cara, era o aro dianteiro de 16 polegadas – coisa “de pista”, como diziam na época, referindo-se ao que se usava em competições naqueles tempos. O aro 16, em fato, raro hoje em motos de rua garante agilidade impar nas entradas de curva. 
Os freios eram dignos das grandes e modernas motos, 3 discos, 2 dianteiros e um traseiro.
A suspensão traseira mono amortecida, recebia o nome de “pro-link”, e também pouco comum em motos de rua, reservada anteriormente as motos off road apenas.
Na suspensão dianteira, a CBX recebia um sistema denominado TRAC que reduzia o “mergulho” dado pela suspensão dianteira em frenagens, garantindo maior esportividade a esse modelo. 
A semi-carenagem com 2 faróis quadrados, a rabeta integrada às laterais da moto, os escapamentos com acabamento em cromo preto – faziam logo perceber que a moto era diferenciada! E era mesmo!
Seu motor, foi amansado para chegar ao Brasil, por conta da famosa e famigerada gasolina de péssima qualidade que vendia-se por aqui, se lá fora ele desenvolvia cerca de 91 cavalos, aqui a potencia oferecida era de “apenas” 82cv.  Não era pouco, o desempenho era surpreendente, claro, se falarmos dos anos 80, quando nenhum carro nacional passava de 170 km/h, a CBX alcançava incríveis 210 km/h de velocidade final.
O motor era um 4 cilindros em linha, refrigeração mista de ar e óleo, 16 valvulas, 750cc, alimentado por 4 carburadores de 34mm.
E depois da “86” como ficou ?
A alegria durou pouco, em 1987 ela foi nacionalizada, produzida na fábrica da Honda de Manaus, AM, e perdeu parte de seu encanto. Claro, falo isso sempre tendo como referencia a primeira, a importada. Não desmerecendo os modelos “pós 86”, que seguiram com o titulo de rainha das motos nacionais, mas comparando o que tínhamos até então e o que nos ofereceram depois…..
– E la se foi a roda dianteira aro 16.  Em seu lugar, um aro 18.  
– Foi-se também o sistema anti-mergulho (TRAC) da suspensão dianteira.
– Os nobres e bonitos escapamentos pretos, foram substituidos por escapamentos cromados.
– O farol, que eram 2 farois quadrados, foi substituido por apenas 1 farol, duplo, de formato retangular.
– Semi-guidões mais altos (menor esportividade)
– Carenagem mais alta.
– Aumento do entre-eixos (causada pela mudança do angulo de trail) – ainda menor esportividade.
– Os pneus, que na 86 eram sem câmara, passaram a contar com câmaras em seu interior.
A partir dai, foram apenas mudanças estéticas, cores, grafismos, conforme demonstrado abaixo, o curioso é que, para cada ano, para cada cor lançada, o publico atribuiu um “apelido”, e assim são conhecidas até hoje.
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CBX750F 1986 – Black
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CBX750F 1987 – Hollywood
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CBX750F 1988 – Magia Negra
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CBX750F 1988 – Rothmans – serie especial
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CBX750F 1989 – Grená
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CBX750F 1989 – Canadense – serie especial
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CBX750F 1990 – Neon
E a Indy?
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Bem, a Indy foi a ultima versão, era a versão totalmente carenada da CBX750F. Mas, quando a Indy apareceu, em 1990 o mercado já estava mais maduro, já conhecia outras motos como a CBR450SR da própria Honda, e o projeto da CBX750F mostrava o peso da idade. Poucos meses apos o lançamento da Indy, o mercado Brasileiro finalmente se reabriu para importações, depois de um período de 14 anos fechado, e em 1991 começaram a chegar as primeiras motos importadas, CBR1000F foi a primeira por exemplo, e com isso a CBX750F mostrou-se mais cansada ainda.  
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Ela já não encantava mais como antes, ela não era mais “a maior”, não era mais “exclusiva” e as atenções dos fanáticos se voltaram pras importadas.  Foi uma enxurrada de ZX-10 (ninja), CBR1000F, a família GSX da Suzuki… tudo que liamos nas revistas especializadas, lambíamos os beiços, mas não tínhamos acesso… Foi assim, apenas recebendo novas cores e grafismos até que em 1994 a CBX saiu definitivamente de linha no Brasil, deixando uma legião de fãs e cultuadores do modelo.
Colecionadores atualmente?
Bem, depois de atingir este ponto da leitura, o nobre leitor já deve ter percebido quais são as queridinhas, as moscas brancas, que os colecionadores procuram atualmente, não é?
Sem duvida, disparado na frente, a mais desejada por razões obvias é a CBX750F 1986 – Black.  Ela, mesmo antes de se tornar uma colecionável, já tinha valor elevado. Em 1990 por exemplo, um exemplar da 86 em bom estado era vendido ao preço de uma zero km.
Mas, em segundo lugar, Rothmans e Canadense (series especiais de 1988 e 1989) também são muito procuradas.
As Indy, tem seu publico fiel, mas ficam ai para um terceiro momento na escolha de quem coleciona.
                                     Ficha Técnica
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24 comentários sobre “HONDA CBX750F

  • Olá Luiz, bom dia! Agradecemos pelo comentário, você talvez conhecendo nosso site agora não tenha tido contato ainda com as mais de 300 matérias publicadas, mas adianto, esclarecendo que as fontes de pesquisa são as mais variadas, sem duvida a internet é uma delas, mas também revistas de época, livros, anuários, conversas com colecionadores e etc. Absolutamente não usamos "copiar e colar" em nosso site. Na época dessa matéria nós contactamos alguns dos integrantes de fóruns da internet sobre a CBX e os convidamos a escrever a matéria, mas ninguém topou.

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  • Olá Luiz, bom dia! Agradecemos pelo comentário, você talvez conhecendo nosso site agora não tenha tido contato ainda com as mais de 300 matérias publicadas, mas adianto, esclarecendo que as fontes de pesquisa são as mais variadas, sem duvida a internet é uma delas, mas também revistas de época, livros, anuários, conversas com colecionadores e etc. Absolutamente não usamos "copiar e colar" em nosso site. Na época dessa matéria nós contactamos alguns dos integrantes de fóruns da internet sobre a CBX e os convidamos a escrever a matéria, mas ninguém topou.

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  • Olá Luiz, bom dia! Agradecemos pelo comentário, você talvez conhecendo nosso site agora não tenha tido contato ainda com as mais de 300 matérias publicadas, mas adianto, esclarecendo que as fontes de pesquisa são as mais variadas, sem duvida a internet é uma delas, mas também revistas de época, livros, anuários, conversas com colecionadores e etc. Absolutamente não usamos "copiar e colar" em nosso site. Na época dessa matéria nós contactamos alguns dos integrantes de fóruns da internet sobre a CBX e os convidamos a escrever a matéria, mas ninguém topou.

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  • Ótima matéria, excelente lembrança.
    A CBX ainda é uma motocicleta muito amada, e ainda vejo de vez em quando nas estradas, várias rodando.
    Eu mesmo só não tenho uma por falta de grana, senão compraria uma com certeza. Moto gostosa de pilotar, confortável para dois, uma cilindrada que não é muito nem pouco, nem tão gastona.
    Quando voltava de Praia Grande no início do ano, ví várias subindo a serra, ora um piloto, ora em dois mais bagagem. Uma motocicleta de sonho(o meu ainda). Tem alguma sobrando aí Honda/Brasil?

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  • Ótima matéria, excelente lembrança.
    A CBX ainda é uma motocicleta muito amada, e ainda vejo de vez em quando nas estradas, várias rodando.
    Eu mesmo só não tenho uma por falta de grana, senão compraria uma com certeza. Moto gostosa de pilotar, confortável para dois, uma cilindrada que não é muito nem pouco, nem tão gastona.
    Quando voltava de Praia Grande no início do ano, ví várias subindo a serra, ora um piloto, ora em dois mais bagagem. Uma motocicleta de sonho(o meu ainda). Tem alguma sobrando aí Honda/Brasil?

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  • na epoca dei uma voltinha em Cabo Frio com uma Hollywood… 4×1….. fiquei apaixonado…mas minha realidade era a SXT 16.5 e Elefant … deixou saudades..

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  • na epoca dei uma voltinha em Cabo Frio com uma Hollywood… 4×1….. fiquei apaixonado…mas minha realidade era a SXT 16.5 e Elefant … deixou saudades..

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  • na epoca dei uma voltinha em Cabo Frio com uma Hollywood… 4×1….. fiquei apaixonado…mas minha realidade era a SXT 16.5 e Elefant … deixou saudades..

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  • Eu tenho uma Hollywood. "Com um sarachu 4×1!!!" É a realização de um sonho ter essa moto. A sensação que se tem na verdade ao possuí-la é: "faço parte da história do motocilismo brasileiro." Pode ser até um devaneio, mas é real!

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  • Eu tenho uma Hollywood. "Com um sarachu 4×1!!!" É a realização de um sonho ter essa moto. A sensação que se tem na verdade ao possuí-la é: "faço parte da história do motocilismo brasileiro." Pode ser até um devaneio, mas é real!

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  • Eu tenho uma Hollywood. "Com um sarachu 4×1!!!" É a realização de um sonho ter essa moto. A sensação que se tem na verdade ao possuí-la é: "faço parte da história do motocilismo brasileiro." Pode ser até um devaneio, mas é real!

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  • Luiz,va arrumar alguma coisa melhor pra fazer. Que comentariozinho medíocre.

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  • Luiz,va arrumar alguma coisa melhor pra fazer. Que comentariozinho medíocre.

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  • Luiz,va arrumar alguma coisa melhor pra fazer. Que comentariozinho medíocre.

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  • Tenho interesse em vender minha Moto CBX750F Holywood 1986, 32.000 km, placa preta, se alguém tiver interesse por favor me avise, meu email é eduardomoraess@hotmail.com
    Obrigada.

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  • Tenho interesse em vender minha Moto CBX750F Holywood 1986, 32.000 km, placa preta, se alguém tiver interesse por favor me avise, meu email é eduardomoraess@hotmail.com
    Obrigada.

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  • Tenho interesse em vender minha Moto CBX750F Holywood 1986, 32.000 km, placa preta, se alguém tiver interesse por favor me avise, meu email é eduardomoraess@hotmail.com
    Obrigada.

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  • Prezados Amigos, por acaso você poderiam me informar como a Honda oficialmente denominava a cor da CBX 750 F Grená? Era essa a cor que saia na nota fiscal de fábrica? Possuem algum catálogo da época infromando a cor? Estu acertando a documentação de uma motocicleta que a cor não está grená e gostaria de colocar a cor correta pela fábrica. Antecipamente agradeço.

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