DICAS: IRON BUTT
Até hoje, mais de 13 anos depois de eu ter feito a ultima prova de IronButt em 2003, ainda pessoas me procuram pra pegar algumas dicas, roteiros, sugestões etc. Nada mais justo que publicar aqui..
As estradas mudaram nesses 12 anos, mas as dicas que passo aqui são válidas ainda, e podem ajudar a você que que fazer seu primeiro IronButt.
Primeiro, explicando, IronButt é uma associação norte americana que certifica motociclistas que estejam dispostos a rodar muitos quilômetros em pouco tempo, IronButt, em tradução livre para o português seria “bunda de ferro”. No Brasil chamamos de “bunda de aço” ou simplesmente IronButt mesmo!
IronButt não incentiva excesso de velocidade nem desrespeito às leis de transito. Basta rodar em velocidade constante, parando pouco e por pouco tempo que todos os desafios são possíveis! O desafio é de resistência e não de velocidade.
Mais informações sobre a “IronButt Association” em www.ironbutt.com.
IronButt começou no Brasil no final dos anos 90 ou começo dos 2000, não sei ao certo quando e quem foi o primeiro a certificar-se no Brasil, sei que logo que soube da novidade, já curtindo as longas distancias em cima de motos esportivas, me senti atraído e resolvi fazer as primeiras brincadeiras. Devo ter sido, não o primeiro a fazer, mas dos primeiros Brasileiros a fazer a prova. (meu primeiro IronButt data de 7 de julho de 2001 – como todos os 14 que vieram depois – em cima de uma mesma Yamaha YZF-R1 ano 2001).
Meus certificados IronButt: 8 SaddleSore 1000 – 2 SaddleSore 2000 – 2 BunBurner 1500 – 1 BunBurner Gold 1500 – 1 Latin America 30cc Gold (costa a costa) |
A primeira coisa que recomendo é que você tome contato com o site da associação, entenda as regras, formulários e escolha o desafio a fazer. Como primeira tentativa, recomendo fortemente que o desafio seja o mais simples – SaddleSore 1000.
Abaixo, a descrição de alguns dos desafios existentes:
– SaddleSore 1000 – o menor e mais simples de todos, é o primeiro degrau para certificar na IronButt association. O desafio consiste em pilotar por 1.000 milhas (1.609 km) ou mais, em menos de 24 horas.
– SaddleSore 2000 – consiste em rodar com sua moto mais de 2.000 milhas (3.218 km) em menos de 48 horas.
– BunBurner 1500 – consiste em rodar com sua moto mais de 1.500 milhas (2.414 km) em menos de 36 horas.
– BunBurner 1500 Gold – consiste em rodar com sua moto mais de 1.500 milhas (2.414 km) em menos de 24 horas.
– Latin America 30cc Gold – consiste em atravessar o continente Sul Americano, (de oceano à oceano) não importando a direção, se do Atlântico ao Pacifico ou se do Pacifico ao Atlântico, em menos de 30 horas e cruzando no mínimo 4 países.
Uma vez escolhido o desafio, é hora de escolher roteiro, data, horários, moto, acessórios, cuidar da moto, alimentação, preparação e etc.
Dá até pra relaxar durante o passeio! |
Seguem minhas dicas:
– Roteiro: Eu recomendo que seja um roteiro conhecido, previamente estudado (hoje com google maps fica moleza cria-los), considere os seguintes pontos a serem evitados durante a seleção do roteiro:
a) Rodovias pedagiadas – o tempo perdido na desaceleração, pagamento do pedágio, aceleração e quebra de ritmo é alto, desgasta o motociclista e deve ser evitado ao máximo. Alem do mais, as rodovias pedagiadas normalmente são bem fiscalizadas por radares. (não estou incentivando ninguém a exceder os limites de velocidade, mas apenas alertando que é uma preocupação a mais).
b) Grandes cidades – quase sempre é impossível criar um roteiro sem que uma ou outra cidade grande seja atravessada, nestes casos, sendo impossível evita-las, sugiro calcular de forma que a travessia da cidade grande seja feita em horários bem adequados (madrugada talvez!).
– horário de saída e chegada – existem pessoas que produzem muito nas primeiras horas do dia e pessoas que produzem muito depois do por do sol. Entenda o seu ritmo para escolher o melhor horário. Eu por exemplo, sou um cara que sou capaz de acordar as 04.00h da manha e sair a 1000 por hora, mas depois do por do sol, meus faróis começam a ficar baixos. Eu prefiro começar o dia cedo e terminar cedo, mas ai realmente depende do ritmo de cada um. (pense nisso se estiver considerando fazer a prova com algum amigo – indivíduos são diferentes).
Esportivas são SIM adequadas a longas viagens! |
– moto – eu recomendo que você vá com qualquer moto com a qual esteja habituado a pilotar por algumas horas, que te deixe confortável, com a única exigência que esteja 100% revisada e apta a funcionar por até 24 horas sem parar! Pneus novos, óleo, filtros, parte elétrica, faróis, freios, regulagens, tudo deve ser muito bem revisado pra evitar algum dissabor.
– acessórios/ equipamentos – eu me equipo com roupa de cordura impermeável, capacete confortável, luvas, botas impermeáveis. O conforto será seu melhor aliado.
Da esquerda pra direita, durante um IronButt ao Mato Grosso do sul: Beto “cagiva”, Aleixo, Diego, Décio Kerr e Raul Fernandes |
– alimentação – antes do desafio você tem que estar bem alimentado, mas nada pesado. Durante a viagem, eu prefiro apenas manter-me hidratado, eventualmente alguma barra de cereais ou proteína, mas nada que seja demorado. Evite a todo custo coxinhas, frituras antes e durante o desafio.
– as paradas – aqui está uma das chaves para o seu sucesso: as paradas para abastecimento devem ser rápidas. Aproveitando ao máximo a autonomia de sua motocicleta. Eu com a R1 parava a cada 180 – 200 km (dependendo da velocidade em que viajava na região), as paradas eram sempre rapidíssimas – gasolina na moto, coca-cola no piloto, banheiro se necessário. Nunca, jamais – essa recomendação é muito importante – não apenas num IronButt mas em viagens longas de motocicleta, tire a jaqueta ao parar em postos de gasolina. Por maior que seja o calor no sertão do Maranhão, ou ao sol escaldante do Piauí. Explico: Alem da obvia perda de tempo ao abrir, tirar e recolocar a jaqueta, o problema mesmo vem da desidratação. O corpo no calor do verão brasileiro dentro da jaqueta de motociclista está aquecido e suado, tirar a jaqueta faz com que a temperatura do corpo caia, o suor seque. É uma delicia, principalmente se tiver uma brisa, mas os efeitos com o passar das horas é cansaço muito grande e irritação. Depois que aprendi essa técnica nunca mais tirei a jaqueta em minhas paradas, o máximo que faço é abrir o zíper até a metade.
–
– Roteiro – Para seleção de seu roteiro, lembre-se de procurar trechos conhecidos, o mais retos possíveis, que atravessem o mínimo de cidades possível, lombadas, travessias de trilhos de trem, cidadezinhas, são situações que, alem de te fazer perder tempo – e cansar mais – minam o seu bom humor. Procure retas longas com poucas cidades (mato grosso, rio grande do sul são campeões nesse quesito).
– Clima – Outra sugestão legal é quanto ao clima. Quando pudermos evitar os extremos, a chuva, o frio, o calor, melhor será. Dias longos do verão também são mais produtivos.
Vale tudo pra aumentar a autonomia! que tal mais 20 litros na “garupa”? |
Lugares remotos, estradas tranquilas, pouca fiscalização: Mas cuidado com animais na pista! |
Bem, é isso. Em caso de alguma duvida adicional, deixe seu comentário abaixo, ou me contate através do email diego.rosa@motosclassicas80.com. Será um prazer ajuda-lo.
Gosta de aventuras? Dê uma olhada em algumas aventuras que já publicamos aqui no site: Aventuras.
Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Diego, foi uma honra e enorme satisfação participar do seu primeiro Iron Butt. A sua dica de não tirar o casaco nas paradas é importantíssima e eu, como já era um pouco mais velho na época, não tirava nem o capacete, kkkkk.
Diego, foi uma honra e enorme satisfação participar do seu primeiro Iron Butt. A sua dica de não tirar o casaco nas paradas é importantíssima e eu, como já era um pouco mais velho na época, não tirava nem o capacete, kkkkk.
Diego, foi uma honra e enorme satisfação participar do seu primeiro Iron Butt. A sua dica de não tirar o casaco nas paradas é importantíssima e eu, como já era um pouco mais velho na época, não tirava nem o capacete, kkkkk.
Décio, e você não tirava mesmo…ta ai a foto que comprova!
Décio, e você não tirava mesmo…ta ai a foto que comprova!
Décio, e você não tirava mesmo…ta ai a foto que comprova!
Cara,
depois de velho, quase cinquentão, resolvi encarar o Iron Butt… faço muitas longas viagens sozinho na minha Heritage, a Gorda… mas essa dica da jaqueta foi phoda… nunca tinha parado para pensar nisso, você está certo e vou fazer isso à partir da próxima viagem…
Abrax e ride safe…
Cara,
depois de velho, quase cinquentão, resolvi encarar o Iron Butt… faço muitas longas viagens sozinho na minha Heritage, a Gorda… mas essa dica da jaqueta foi phoda… nunca tinha parado para pensar nisso, você está certo e vou fazer isso à partir da próxima viagem…
Abrax e ride safe…
Cara,
depois de velho, quase cinquentão, resolvi encarar o Iron Butt… faço muitas longas viagens sozinho na minha Heritage, a Gorda… mas essa dica da jaqueta foi phoda… nunca tinha parado para pensar nisso, você está certo e vou fazer isso à partir da próxima viagem…
Abrax e ride safe…