MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO
Mas ai é gosto pessoal, e o importante é a curtição pelas antigas, seja lá como for. Tem colecionador que curte justamente a restauração, a garimpagem das peças, eu já prefiro mantê-las e usá-las. Apesar disso, atenção: Existem excelentes restauradores por aí capazes de atingir um nível de perfeição, capaz de deixar na dúvida (se original ou restaurada) o mais cuidadoso avaliador.
Mas o que me moveu a escrever este tópico foi o fato que ha alguns meses eu estava pesquisando a compra de uma nova-velha motocicleta e o vendedor falou muito bem da moto, mostrou fotos muito bonitas e num determinado momento me explicou que havia pintado o tanque, para-lamas, laterais e etc, pois segundo ele “pintura nenhuma aguenta 30 anos”… bem, eu não comprei a moto, por não se enquadrar no que procuro, mas esse mito precisa ser derrubado: A pintura pode sim durar, em perfeito estado, com muito brilho, por 30, 40, 50 anos, até mais, assim como os cromados e outros detalhes. Basta saber conserva-la.
Quais os segredos ?
Primeiríssimo de tudo, temos que fugir do sol.
Outra dica importante é proteger a pintura e as partes plasticas e de borrachas com frequência, outra vez, não há necessidade de exagero, basta:
– manter a moto limpa (barro, sujeira acumulada vira um foco de umidade, que traz ferrugem com o tempo);
– gosto do cãozinho, gosto da moto! Mas cada qual em seu lugar, não se guarda moto no canil, e nem cachorro frequenta garagem. Urina no aro da roda da moto é ferrugem na certa! E adeus cromado original… Sem falar que aro enferrujado, estraga a câmara de ar: furos a vista! (E tem ainda os cães que gostam de comer para-lamas, setas, protetores de corrente e outros aperitivos, digamos assim, raros…).
Agora que cuidamos da pintura e do visual da moto, vamos falar em como evitar visitas a oficina e ter prazer com ela a cada passeio, um dos lances mais legais de se possuir uma ou algumas motos antigas é poder chegar na garagem a qualquer momento, escolher a moto, dar a partida e sair para um passeio. Para ter-se esse prazer ímpar, recomendo:
– considere que andar com a sua moto a mantem viva, deixa-la guardada, parada, empoeirada no canto de uma garagem não é conserva-la! Portanto, no minimo a cada 15 – 20 dias, procure rodar com ela, fazer o óleo circular no motor, usar um pouco de combustível, fazer com que os rolamentos não fiquem parados criando “calos”, removendo a umidade do interior do escapamento (evita ferrugem, principalmente nas motos com motor 4 tempos) e etc; – muita gente desanima das motos (tanto modernas quanto antigas) simplesmente por não as usarem. Veículo que fica parado estraga! Isso é fato! Se aplica às motos e carros, outro bom exemplo são os barcos… Largou parado por 3 ou 4 meses, a bateria vai estar descarregada, a gasolina vai estar estragada, o carburador vai estar sujo, e a conta da oficina vai ser alta, sem contar que “aquela” voltinha com a moto foi frustrada.
– a cada saída calibre os pneus, lembre-se que a moto é antiga, ainda usa câmaras de ar, e que sofreram a ação do tempo também, ressecam, ficando parada ela vai perder calibragem, pilota-la descalibrada vai ser desconfortável, perigoso e alem do mais, danifica o pneu e o expõe a furos com maior facilidade;
– mantenha o tanque de combustível sempre cheio: ferrugem no interior do tanque é um dos males aos quais motocicletas antigas estão expostas, o que causa ferrugem ? o contato do metal desprotegido com o oxigênio presente na atmosfera (vapores de combustível contribuem pra piorar a situação), portanto, se o tanque estiver cheio, não há como o oxigênio entrar em contato com a lata da parte interna e desprotegida do tanque. Sem ferrugem – sem carburador sujo – motociclista feliz;
– quem já está com problema da ferrugem dentro do tanque de suas motos, não precisa se desesperar, há salvação! Pode-se recorrer a um recurso muito legal e eficiente que se chama “tank film”. É um filme aplicado no interior do tanque (especie de emborrachamento) que isola as paredes internas do contato com o ar e também do combustível, isolando a ferrugem;
– combustível de boa qualidade – eu procuro colocar em minhas motos antigas apenas a gasolina “podium”, pela simples razão que esse combustível dura mais do que as gasolinas comum e aditivadas. Como ando pouco (porém frequentemente) com as motos, a conta não sai nada cara, e essa durabilidade extra é bem-vinda. Pra quem roda bastante com suas antigas, essa dica não faz sentido, pois se roda bastante não vai haver tempo da gasolina estragar no interior do tanque, use apenas gasolina de fonte confiável;
– outra dica importante é com relação as trocas de óleo, que devem ser feitas de acordo com a quilometragem rodada OU tempo, neste caso de 6 em 6 meses. No caso de colecionadores como eu, que rodam muito pouco, agendar a troca semestral é a regra! Com o tempo o óleo perde suas características de lubrificação, e ninguém quer a moto rodando com óleo vencido, né ?
Bem, com referencia ao tema do vendedor da moto que citei no começo da matéria, da pintura não “aguentar” os 30 anos, vocês hão de convir comigo: uma moto bem conservada e com a pintura original (ainda que com pequenas e naturais marcas do tempo) deve ser mais valorizada do que uma moto repintada, por melhor que tenha sido a repintura. Uma pintura original demonstra bons tratos e cuidados ao longo da vida da motocicleta!
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Aos 51 anos, Diego completa 38 intensos anos de motociclismo! Colecionador detalhista e aficionado por motos clássicas, principalmente as dos anos 1980. Ultrapassando a marca do 1.000.000 de km rodados – Seja como piloto de testes da revista Duas Rodas, aventurando-se pelo mundo em viagens épicas e solitárias em motos super-esportivas ou quebrando recordes de distancia e resistência sobre a motocicleta onde conquistou 18 certificados internacionais “IronButt”.
Se eu adicionar uma porcentagem de querosene refinado com o abastecimento, ele ajuda na diluição do maligno alccol contido nela, melhorando e protegendo os componentes internos da moto/
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