O Motos Clássicas 80
Quando comecei a escrever esse site, a ideia era simples e ingênua: publicar algumas fotos das minhas motos e compartilhar com alguns poucos amigos que se interessassem pelo tema, um pouco dessa paixão.
Mas, ao começar a escrever senti-me à vontade, resgatando de alguma forma lembranças dos anos em que eu escrevia para publicações especializadas em motociclismo…
Fui me empolgando.
– Para que o site ficasse menos impessoal, para que os visitantes pudessem realmente tomar assento nessa “garagem virtual” resolvi puxar a primeira cadeira, apresentando-me:
Meu nome é Diego Rosa, tenho 47 anos , dos quais 34 em cima de veículos de duas rodas ininterruptamente.
Inicialmente as trail dos anos 80 –
DT180N,
XL250R,
XLX350R,
XT600Ténéré, passando por Vespa PX200E,
RD350R e com a volta das importadas em 1991,
XTZ750 Super Ténéré,
Sukuki DR650RSE,
DR400, e por fim as esportivas, outra grande curtição e com as quais curiosamente (por conta do estilo pouco adequado) saí pela América do Sul em aventuras épicas e solitárias –
Kawasaki ZX-9R,
Yamaha YZF-R1,
Hayabusa e por ai vai…
Entre os anos de 2003 a 2009 tive o prazer e o prestígio de ser convidado a trabalhar como piloto de testes da Revista Duas Rodas.
Foi praticamente um sonho, afinal eu era leitor assíduo desta publicação desde meus 12 – 13 anos… Lembro-me como se fosse ontem, eu havia voltado da minha primeira viagem solitária ao Ushuaia (Terra do Fogo) em minha Yamaha R1 (isso em 2001 – quando haviam muitos km de rípio naquelas paragens e a viagem era considerada uma aventura, ainda mais sozinho, sem falar que viajei em uma super esportiva) e recebi uma ligação do então editor da revista Duas Rodas, Cícero Lima (que tornou-se um grande amigo e companheiro de jornada dessa paixão pelas duas rodas) me perguntando sobre a aventura e se eu queria publicá-la…
Claro que sim, né Cícero ! E assim foi.
A primeira publicação:
“UMA R1 CAI NA VIDA”…
“O VIRA MUNDO”
Abaixo os certificados do IronButt (atualmente são 15 – 14 em uma YZF-R1 e o ultimo pra acompanhar um amigo, na XT1200Z Super Ténéré)… O meu negócio era rodar, rodar e rodar, sem com o destino me importar…
Uma vez publicada a primeira matéria e quebrado o gelo inicial, Cícero deve ter percebido minha fome por kms e me ofereceu uma CBR954RR pra “dar uma volta” no final de semana e escrever sobre ela, afinal de contas eu estava habituado a principal concorrente desta moto (a Yamaha R1) e talvez eu pudesse dar alguma opinião legal sobre o tema.
Bem, deixei minha R1 na redação da revista, na Vila Mariana, em São Paulo numa sexta-feira chuvosa, no comecinho da noite, e saí, ainda meio sem rumo definido em meio ao transito carregado de um final de tarde chuvoso paulistano.
Dormi aquela noite em Curitiba (a Regis Bittencourt com chuva a noite era de lascar!), no dia seguinte fui até Gravatal, SC (próximo a divisa com RS) e voltei no domingo com 2.000 km de “voltinha” com a Honda 954.
Você é um tarado! – exclamou Cícero quando devolvi a moto com 2.000 km a mais no odômetro.
Bem, foi a primeira matéria que publiquei, deve ter agradado, pois me convidaram pra uma infinidade de matérias nos anos que se seguiram…
“DOIS DIAS, DOIS MIL QUILÔMETROS”
Passaram a me chamar de “o especialista“, encheram minha bola, e eu, que só queria andar de moto…
Enfim, os anos foram passando, tive a felicidade de publicar muitas outras matérias – a maioria “viagens-teste” – eu me inspirava muito nas antigas publicações da própria Duas Rodas, onde cada teste podia transformar-se em uma aventura, então procurava fazer viagens longas com as motos, pra cima de 2000km era a preferencia… algumas das motos que testei:
– Hayabusa, – BMW K1200S– Hornet, – Cbr1000rr,– Cbr600rr,– V-strom,– Tiger 900, – R1, – MV-Agusta, – Ducati 998– XT660– Kawa ZX-6RR– Tiger 955 e etc e também publiquei algumas outras aventuras sentado na minha própria Yamaha R1:
– Ushuaia – Machu Picchu – Atacama – Lençóis Maranhenses – indo pelo sertão e voltando pelo litoral) – depois Ushuaia novamente mas dessa vez com uma Hayabusa..
Além das aventuras, fui, “depois de velho” aprender a pilotar esportivamente, e dei sorte: aprendi com o grande mestre… o norte-americano Keith Code, considerado o melhor instrutor de pilotagem de moto velocidade do mundo, cara que treinou mitos como “Wayne Rainey” por exemplo – Foram dois cursos intensivos, um no extinto autódromo de Jacarepaguá, RJ e outro no autódromo de Curitiba, PR.
Em duas ocasiões fui convidado a participar de provas do Campeonato Brasileiro de Supermoto, a primeira em 2004 com uma Husqvarna 470cc (que canhão!) e depois em 2007, coincidentemente com outra Husqvarna, dessa vez uma 125cc 2 tempos (apimentada também, viu!) no “Arena Supermoto”…
E foi assim que mais de 800.000 km de experiências extremamente variadas, ficaram pra trás nesses 30 e tantos anos de estrada, e de paixão…
Bem, e as antigas onde entram nesta história?
É curioso como muitas das coisas extraordinárias que acontecem em nossas vidas são situações simplesmente não planejadas, o lance da experiência com a Revista Duas Rodas por exemplo.
Com as antigas não foi diferente: à partir da “Vermelhinha” (minha XL250R 1984) a paixão foi me conduzindo, ou conduzindo outras motos ao meu caminho, me aproximando de pessoas incríveis que nutrem sentimentos legais por essa mesma paixão.
Caras como você, que teve paciência e interesse em chegar até este ponto da leitura… Com certeza temos muito em comum! E por isso lhe convido a navegar pelo nosso site, conhecendo as historias, as motos, os costumes, enfim, muita coisa relacionada ao motociclismo “à moda antiga”… focado nos anos 80.
E pra encerrar essa nossa primeira conversa, te convido a assistir um vídeo no qual participei, à convite da Honda do Brasil, vídeo esse que foi usado na cerimônia de inauguração do Museu da Honda Brasil no CETH de Indaiatuba, SP . Meu depoimento resume-se a uma singela e apaixonada homenagem às motocicletas e ao motociclismo…
É isso, puxe a sua cadeira, acomode-se, acompanhe, opine, reclame… Sinta-se à vontade! Seja bem vindo!